Confusão de novo no Pronto Socorro platinense

Triagem feita por sintomas do doente por cores representa grau de gravidade

Uma criança de um ano e quatro meses vomitando e uma moça chamada Juliana Xavier da Silva,18 anos(trabalha na Yazaki) com suspeita de aborto provocaram novo tumulto no Pronto Socorro Municipal de Santo Antônio da Platina na noite de quarta-feira e início da madrugada desta quinta-feira, dia seis, em Santo Antônio da Platina.

Pessoas ligadas às pacientes e mesmo desconhecidos promoveram gritaria e exigiram o atendimento imediato, o que acabou não acontecendo.

“Os médicos em vez de atender estavam no celular, a menina estava tendo um sangramento e falaram que o caso dela não era grave, que só iam atender depois de quatro horas de espera”, afirmou uma testemunha, que preferiu não se identificar por óbvios motivos.

Desde o início da confusão, o npdiario telefonou no celular da secretária municipal de Saúde, Ana Cristina Micó, mas ela não atendeu.Ao longo das horas foram cinco telefonemas e mensagens em whatsapp. Um parente próximo dela também foi contatado, mas não retornou.

Uma funcionária estava chorando e se disse muito nervosa.
Houve mudanças no atendimento e já há algum tempo é feito uma triagem antes do paciente entrar na unidade.
O promotor de Justiça, Diego André Coqueiro Barros, esteve no local e se reuniu com a coordenação do PS.
Em torno da uma hora da madrugada de hoje, a calma havia sido restaurada, mas a moça ainda não tinha sido atendida.


O que tem causado mais estresse é que poucas pessoas conhecem o Protocolo Manchester, que classifica(após uma triagem baseada nos sintomas) os doentes por cores, que representam o grau de gravidade e o tempo de espera recomendado para atendimento. Aos doentes com doenças mais graves é atribuída a cor vermelha, atendimento imediato; os casos muito urgentes recebem a cor laranja, com um tempo de espera recomendado de dez minutos; os casos urgentes, com a cor amarela, têm um tempo de espera recomendado de 60 minutos. Os doentes que recebem a cor verde e azul são casos de menor gravidade (pouco ou não urgentes) que, como tal, devem ser atendidos no espaço de duas e quatro horas.

O programa recebeu este nome porque foi aplicado pela primeira vez em 1997 em Manchester, cidade da Inglaterra. Essa triagem foi rapidamente implementada em vários hospitais do Reino Unido.
É empregado em outros países da Europa, como Espanha, Holanda, Alemanha e Suécia.
A Classificação de Risco é realizada com base em protocolo adotado pela instituição de saúde, normalmente representado por cores que indicam a prioridade clínica de cada paciente. Para tanto, algumas condições e parâmetros clínicos devem ser verificados.

A classificação de risco deve ser executada por um profissional de nível superior, que geralmente é o enfermeiro que tenha uma boa capacidade de comunicação, agilidade, ética e um bom conhecimento clínico.

O paciente que chega à unidade é atendido prontamente pelo enfermeiro, que fará uma breve avaliação do quadro clínico do paciente utilizando o protocolo de Manchester, depois encaminha o mesmo para o local de atendimento. A classificação é feita a partir das queixas, sinais, sintomas, sinais vitais, saturação de O2, escala de dor, glicemia entre outros. Após essa avaliação os pacientes são identificados com pulseiras de cores correspondentes a um dos seis níveis estabelecido pelo sistema.

A cor vermelha (emergente) tem atendimento imediato; a laranja (muito urgente) prevê atendimento em dez minutos; o amarelo (urgente), 60 minutos; o verde (pouco urgente), 120 minutos; e o azul (não urgente), 240 minutos.

O estado de MG é pioneiro na implantação desse sistema, a classificação dos pacientes por cores, conforme a urgência do atendimento, já era utilizada nas unidades de urgência e emergência com o propósito de organizar o fluxo de pacientes. Em março de 2011, a Prefeitura iniciou a implantação do protocolo em 24 postos de saúde, em caráter piloto.

Segundo a coordenadora Juliana Santos, a implantação do Manchester vai corrigir várias distorções que existem hoje nos centros de saúde, relacionadas ao atendimento, apontando entre as vantagens do sistema mais segurança para o usuário e para o profissional e linguagem única na rede (nomenclatura padrão). “O Manchester é rápido, objetivo e reproduzível, tem alta precisão e não trabalha com diagnóstico, mas com sintomas dentro de um padrão internacional”, avalia.

Em Curitiba não houve projeto piloto, ele foi implantado em 100% das unidades, o que gerou bastante apreensão no início, mas agora a adaptação está melhor.A classificação trouxe ganhos na organização do atendimento, mas a facilidade em adotar o novo protocolo varia de unidade para unidade, dependendo até mesmo dos profissionais que a compõem. “A nossa UBS era muito organizada, com prioridades para os atendimentos agudos, então não houve grandes mudanças”, disse o médico.

De qualquer maneira, as conclusões indicam que não tem classificação de risco que dê conta de uma demanda exagerada.

Há outros problemas:
Ausência de individualização na avaliação de cada caso, visto que os sintomas já vêm listados.
Redução substancial na resolubilidade de outros membros da equipe do programa, por ser centrado no médico.
Sobrecarga da enfermagem que faz o primeiro contato e preenche o Manchester.
O Manchester não leva em conta a vulnerabilidade social.
Há o risco de quebra do vínculo com os pacientes.
O Manchester é centrado na doença e tira o foco do pessoal, trazendo às vezes desumanização da narrativa do paciente, em prol de um protocolo informatizado.

Leia também: http://npdiario.com.br/capa/vice-prefeito-e-vereador-tumultuam-pronto-socorro/

 

Você terminou a leitura
Compartilhar essa notícia
Escrever um comentário

Últimas notícias

Pesquisar

Digite abaixo o que deseja encontrar e clique em pesquisar.