Equipamentos ajudam pecuária leiteira em São José da Boa Vista

Esterqueiras e proteção de fontes mudam a vida de produtores 
Produtores de leite da microbacia Água da Onça, em São José da Boa Vista, estão comemorando o recebimento de equipamentos e a conclusão de algumas obras em suas propriedades. Até pouco tempo atrás, o esterco era fonte de problemas e contaminação do solo e nascentes. Agora, o material será um aliado dos produtores e deve reduzir as despesas com fertilizantes nas áreas de pastagem.
O trabalho em São José da Boa Vista começou em fevereiro deste ano e conta com recursos  do programa de Manejo Integrado de Solo e Água, da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento. O IDR-Paraná é executor do projeto em parceria com a prefeitura local e outras instituições.
Foram investidos R$ 177 mil na microbacia. O recurso foi aplicado na construção de 11 esterqueiras, dois distribuidores de esterco líquido, dois homogeneizadores de esterco, uma plana de arrasto e a proteção de 21 nascentes. Ao todo 49 famílias foram beneficiadas pelo projeto.
 
Leite & meio ambiente – “O trabalho de microbacias aqui na região de Santo Antonio da Platina foi pautado em duas condicionantes. Uma delas é ter práticas que contemplem uma cadeia produtiva. No caso de São José da Boa Vista foram construídas as esterqueiras para que os produtores que lidam com a pecuária leiteira diminuam o custo de adubação das áreas de pastagem, ou de silagem, com o uso do esterco. A outra é a questão ambiental, com a proteção de minas”, acrescentou Maurício Castro Alves (foto), gerente regional do IDR-Paraná de Santo Antonio da Platina.
De acordo com Wagner Mattos Cardoso, extensionista do IDR-Paraná de São José da Boa Vista, o trabalho mudou completamente as propriedades com pecuária leiteira na microbacia. “Havia sérios problemas com o esterco que ficava a céu aberto. Era muita sujeira em volta das salas de ordenha, contaminando nascentes e rios”, lembra Cardoso.
Cada nova esterqueira tem capacidade para armazenar 65 m3 de esterco. “Elas são revestidas com geomembrana, favorecendo a proteção do meio ambiente e o aproveitamento dos dejetos para as áreas de lavoura e pastagem, reduzindo o custo de produção com fertilizantes comerciais e aumentando a fertilidade do solo”, explicou.
O extensionista acrescentou que os homegenizadores “misturam”  a urina e a água de lavagem das salas de ordenha com o esterco sólido. Esse material  fica dois meses na esterqueira e só depois é aplicado nas pastagens ou lavouras. “É um material rico em nitrogênio, fósforo e potássio. Num primeiro momento, os produtores devem reduzir em até 60% o gasto com fertilizantes e com o tempo podem zerar essa despesa”, observou Cardoso. A iniciativa já levou outros produtores a construír, com recursos próprios, as suas esterqueiras.
 
Produtores  na administração – Além do problema do esterco, a situação das nascentes na microbacia era precária. “Muitas fontes estavam desprotegidas. Tinha produtor que colocava uma mangueira no lodo para abastecer sua casa. Muitas nascentes estavam contaminadas com insetos, sapos e ratos. Tinha produtor que nem sabia da gravidade da situação da água que a família dele estava consumindo. Fizemos a proteção de 21 nascentes com a técnica do solo-cimento, prática que usa uma mistura de pedras, solo do local e cimento. A água fica livre de qualquer tipo de contaminação”, afirmou Cardoso.
Outro equipamento adquirido com recursos do programa foi uma plaina de arrasto. Ela será usada na manutenção dos carreadores das propriedades.Todos os equipamentos serão administrados por um grupo informal de agricultores da microbacia.
Haverá uma cobrança pelo uso do maquinário e o valor será revertido para gastos com manutenção. Todos os produtores atendidos pelo programa de Microbacias são ligados à Cooperativa Agropecuária Familiar do Leste Pioneiro (Coaflep) que envolve 260 integrantes na região.
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