Exclusivo: Plano de retomada econômica é o grande desafio de Ratinho

Em entrevista exclusiva em seu gabinete revela tudo sobre o futuro do Paraná

“Em momentos de crise, é preciso inovar e se reinventar”, afirmou o secretário estadual do Planejamento e Projetos Estruturantes , Valdemar Bernardo Jorge (fotos). Ele recebeu o npdiario para uma entrevista exclusiva em seu gabinete, no Palácio das Araucárias, Centro Cívico, em Curitiba.

Na ocasião, estava acompanhado dos assessores especiais Deivit Leal e Rodrigo Rodrigues, e ressaltou o que classifica de “desafio” : Enfrentar a retomada econômica pós-pandemia.

O secretário é de Cascavel, tem 45 anos, casado, tem três filhas (Gabriella, nove anos; Laura, sete, e Marianna, quatro). Advogado, mestre em Direito Econômico e Social pela PUC-PR, tem pós-graduação em Direito Empresarial e Direito Tributário pela mesma instituição. Além da formação em Direito, tem curso superior em Informática pela Universidade Federal do Paraná e possui experiência com docência. Trabalhou como professor na Escola Superior da Magistratura Federal do Paraná, na Faculdade da Indústria IEL e na UniCuritiba.

Sua Pasta é um órgão de assessoramento e apoio direto ao governador do Estado para o desempenho de funções de planejamento, coordenação e controle da ação geral do governo, dos assuntos e programas inter-secretariais, bem como da organização base do sistema de planejamento e organização institucional.

Abaixo os principais trechos da entrevista com suas declarações literais:

“A secretaria de Planejamento é como se fosse o fermento no meio da massa. Porque ela é pequena, mas procura fazer a diferença na construção de um plano de governo que seja eficaz e atuante.

E o fermento no meio da massa, tem de ser pouco. Ele tem de desaparecer no meio da massa. Não pode ser muito para não aparecer demais. Tem de ser na medida certa para poder crescer de forma adequada. Então, você coloca o fermento na massa, depois sova bastante, trabalha bastante, deixa descansar um pouco e depois bota no forno.

A gente funciona assim. Trabalhamos de uma maneira discreta, não precisamos aparecer, nada disso. Queremos realmente trabalhar para a construção do plano de governo de Carlos Massa Ratinho Júnior.

O grande ponto hoje do trabalho da Secretaria de Planejamento é a construção do Plano de Retomada Econômica do Estado. Esse é o nosso grande desafio. A gente dividiu esse desafio em três eixos: medidas econômicas, medidas sociais e medidas de gestão governamental. São três eixos para fazer a construção desse plano.

Nós estamos fazendo integração com todas as secretarias para avançar nesse projeto. Eu me reuni com o vice-governador Darci Piana e com vários secretários, porque aquele plano com a sociedade durante a época da eleição, não é mais o mesmo, tudo mudou e ele  se aperfeiçoou.

Com a crise gerada pela pandemia, caiu muito a arrecadação, de forma significativa, em todo o Estado. Por isso, precisamos fazer um novo pacto com a sociedade. E esse novo pacto parte desse Plano de Retomada Econômica do Estado, de maneira integrada e discreta e ajudando as outras secretaria a cumprir esse papel.

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Fizemos um levantamento dos números desse primeiro semestre e identificamos que perdemos de arrecadação nesseperíodo R$ 1,5 bilhão de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é a principal fonte de arrecadação. Imagina a dificuldade dos municípios pequenos, uma vez que 25% desse valor vão para os municípios. E se o Estado arrecada menos, vai repassar menos para os municípios. Essa é uma grande dificuldade.

Pensando nisso, fizemos uma parceria com o Sebrae/PR (Serviço de Apoio à Pequena e Microempresa do Paraná), por meio do programa Reinvente a Sociedade, para poder ajudar nas transformações dos pequenos municípios, atrair investimentos e melhorar a gestão pública, para podermos passar por esse período crítico.

Tivemos uma perda muito grande de postos de trabalho, mas começamos a recuperar no mês de julho. O agronegócio ajuda muito. Tivemos perda no PIB (Produto Interno Bruto), mas bem menos do que era esperado, por conta do agronegócio. O Estado colheu uma supersafra e isso foi muito bom para os negócios agropecuários, o que fez com que a perda fosse menor do que o que era esperado.

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A ordem do governador é que o Estado trabalhe muito na execução de obras de infraestrutura. O Paraná tem mais de R$ 2 bilhões para investir neste setor. Desse total, cerca de R$ 1 bi foi conquistado por meio do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). E temos mais R$ 1,6 bi que já foi aprovado Assembleia Legislativa junto ao Banco do Brasil. O contrato será assinado nos próximos dias e o recurso será utilizado, na maior parte, para obras de infraestrutura rodoviária.

No início da gestão, o Governo não tinha muito dinheiro para aplicar em obra. O governador destinou R$ 300 milhões para a execução de projetos em conjunto com os secretários de cada pasta e com os deputados. Foram eles, inclusive, que determinaram as obras necessárias para, em conjunto com cada secretaria, poder realizar o planejamento estratégico territorial, pois cada território tem a sua realidade.

Com isso, utilizamos os indicadores regionais para trabalhar em conjunto com as secretarias, pois cada região tem uma vocação. No Norte Pioneiro, por exemplo, o turismo precisa ser incentivado muito fortemente, além do agronegócio. Além do investimento em obras de infraestrutura para a retomada da economia, precisamos também fortalecer as cadeias produtivas agrícolas, por meio do incentivo à industrialização no campo.

Em alguns, casos, vamos incentivar a piscicultura, que pode ser aprimorada. Precisamos identificar essa vocação para atender as necessidades dos municípios. Estamos idealizando um plano, em parceria com a Sedu (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano) para que cada município identifique a vocação local para construirmos barracões, onde os empreendedores poderão se organizar em comunidade para fazer a industrialização dos produtos da fruticultura, da piscicultura e de toda a cadeia produtiva da agricultura familiar.

Também com esse diagnóstico, vamos poder avançar no setor energético, por meio da elaboração de um plano de eficiência e segurança elétrica, com a produção de energia sustentável. Assim, criadores de frango, por exemplo, que tenham outras atividades vão poder utilizar energia fotovoltaica, energia de biogás proveniente de dejetos.

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No PPA (Plano Plurianual) estão todos os programas de Governo de todas as secretarias. Com a reforma administrativa, nós criamos um Núcleo Planejamento Setorial. Cada secretaria de Estado tem uma pessoa do Planejamento, que faz as interface daquilo que cada secretário propõe, alia isso ao orçamento e depois faz o monitoramento, que foi criado na gestão do governador Ratinho Júnior. Com esse monitoramento, nos reunimos a cada quatro meses para avaliar como está a evolução do plano de governo.

Atualmente, estamos fazendo a revisão do PPA. Porque, o plano inicial, feito há um ano, sofreu alterações na forma de execução. Essa revisão foi realizada em conjunto com a Assembleia Legislativa. Nós chamamos os deputados e ajustamos com eles os investimentos regionais. Fizemos um plano conjunto.

Eu entrei na política há pouco mais de dois anos, quando assumi a presidência do partido Republicanos. O que eu quero fazer é a política do bem comum. Eu comecei a estudar o livro “Economia do Bem Comum” (Editora Zahar), de Jean Tirole (Prêmio Nobel de Economia). Quero criar no Paraná o conceito de economia do bem comum, de trazer gente boa para a política e para o governo. A minha carreira, a minha missão política é essa.

Precisamos transformar o Estado por meio da política. O papa Francisco fala que política é uma das mais elevadas formas de caridade, porque visa o bem comum. E eu estou aqui pelo bem comum. Doando e dedicando meu tempo e talento para o Estado do Paraná. Estou no Governo do Estado, em missão.

O governador Ratinho Júnior tem cobrado muito a melhoria dos indicadores de desenvolvimento do Norte Pioneiro, da melhoria e duplicação da PR-092. Estamos fazendo projetos executivos para poder executar essa duplicação e os recursos necessários para poder avançar. A questão da geração de emprego e de condições de empregabilidade é um dos principais desafios do governador.

Também tem a questão habitacional. Existe um déficit habitacional, uma demanda por moradia social muito grande no Norte Pioneiro. Se pudermos realizar esses dois projetos na região, será muito bom. Todas as políticas públicas do Estado para a região resumem-se em dar condições de empregabilidade para todos e ajudar na construção da casa para as pessoas.

Para promover empregabilidade, vamos atrair indústrias e fortalecer a educação profissional. Vamos aproveitar as potencialidades locais e levar indústrias para a região. Já as casas populares, queremos construir com juro zero, subsidiado pelo governo, para o cidadão poder conseguir pagar as prestações, com carência e em até 30 anos. Com emprego, podemos encontrar uma forma para o cidadão pagar a prestação da casa própria. Estamos lutando para que isso aconteça em todo o Norte Pioneiro”.

FOTOS: Valdir Amaral/Especial para o npdiario

Leia também: https://npdiario.com.br/economia/ratinho-determinou-prioridade-ao-norte-pioneiro-diz-secretario-do-planejamento/

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